O que preocupa os jornalistas que se pronunciam na reunião magna da profissão?

O que preocupa os jornalistas que se pronunciam na reunião magna da profissão?

Jornalismo, jornalistas, crise, proximidade. Sobre que temas se debruçaram os profissionais que foram ao palco do São Jorge? O Jornal do Congresso recolheu e analisou as vinte e cinco comunicações, apresentadas nos dois primeiros dias do evento, para traçar um quadro das inquietações e das propostas dos jornalistas.

Entre os temas mais falados temos a atual crise do jornalismo e do seu modelo de negócio, com especial ênfase no caso do Global Media Group. Outro assunto incidiu sobre os problemas e caminhos no trabalho de um jornalista, nomeadamente na expressividade do jornalismo sentado e na falta de algum questionamento. O jornalismo local também foi tema e motivo de preocupação. Medidas concretas para o exercício da profissão foram duas: a anonimização de quem comete crimes ou deles é vítima e um registo público de interesses, por parte dos jornalistas, junto da Comissão da Carteira Profissional.

E que mensagem deixa a totalidade dos documentos apresentados? O jornal do Congresso reuniu todos os textos (limpos maioritariamente de determinantes e pronomes) e construiu, com recurso a uma ferramenta digital, uma nuvem de palavras. A análise desta imagem permite identificar as palavras mais usadas pelos jornalistas.

 

 

A palavra “não” foi a mais utilizada o que, combinado com outras como “pouco”, “nada”, “sem”, “nem”, “menos”, indicia também o ambiente negativo que marca a profissão. Além disso, outras que constituem o campo jornalístico foram igualmente relevantes: “jornalistas”, “jornalismo”, “profissão”, “comunicação”, “fontes” e “informação” são algumas das palavras mais usadas nos vinte e cinco textos.

“Estado” e “democracia”, igualmente entre as mais usadas, remetem para a importância social do jornalismo. “Mais”, que pode indicar um exigência aos profissionais, também se destaca.

Para além das presenças, há também algumas ausências a assinalar. Nesta nuvem de palavras ficaram de fora palavras, também na ordem dia, como “financiamento”, “sustentabilidade”, “ética”, “deontologia” e “literacia”.

Por: Maria Carvalho | Universidade do Minho