Conhecer Abril pela lente do fotojornalismo

Conhecer Abril pela lente do fotojornalismo

 

Os cravos, o lápis azul e os Capitães de Abril são hoje símbolos do 25 de Abril de 1974. E essas imagens foram fixadas pelas lentes dos fotojornalistas que registaram aqueles momentos históricos.
“As fotografias relatam não só aquilo que se passou, mas o sentimento através da imagem. É uma das melhores formas de sensibilização que poderemos ter”, diz João Mota, 19 anos, aluno da Escola Superior de Educação de Viseu.

Alfredo Cunha é um desses fotógrafos que eternizou o 25 de abril através de rolo de filme. “Ninguém sabe como nós fomos tão felizes nesse dia”, recorda. O fotojornalista esteve no centro da revolução de Abril e através da sua lente pôde transmitir os acontecimentos a cada minuto vivido e as emoções dos presentes.

O papel fundamental do fotojornalismo neste acontecimento é inegável, diz Fátima Lopes Cardoso, professora na Escola Superior de Comunicação Social e investigadora na área da imagem jornalística. “Os Capitães de Abril tiveram um papel determinante, mas a verdade é que os próprios fotojornalistas também, uma vez que foram eles que registaram desde o primeiro minuto a revolução”, afirma.

João Mota olha hoje para 1974 e reconhece que o fotojornalismo “é importante para mostrar às pessoas que nunca viveram o 25 de Abril, a emoção, o aglomerado de gente, a luta, os cartazes, as manifestações”. Mas a maioria dos jovens, explica Fátima Lopes Cardoso, “até a fazer alguns trabalhos sobre o 25 de Abril diz que tudo aquilo que conheceu era muito mais dos livros de história e não tanto de jornais ou de revistas”.

Esse é o caso de João Mota. “Como qualquer estudante da minha idade, o primeiro contacto foi mesmo na escola, com as aulas de História”. Já Miguel Rolo, 20 anos, estudante do Instituto Politécnico de Leiria, cresceu na Marinha Grande, uma cidade muito marcada “pela sua forte oposição ao regime fascista”. Por isso, foi sempre “exposto a ideologias de liberdade e respeito pelos que lutaram para acabar com o status quo fascista”.

As fotografias continuam a ser uma ferramenta útil não só para educar mas também para sensibilizar as novas gerações sobre a importância deste evento na história de Portugal. Hoje, recorda Fátima Lopes Cardoso, as imagens que são ícones do 25 de Abril resultam do olhar “de Eduardo Gageiro, Alfredo Cunha , Luís Carvalho, Carlos Gil, e outros que registaram a revolução”.

Por: Mariana Vilalba e Pedro Batista | Instituto Politécnico de Leiria
Fotografia: Eva Santos | Escola Superior de Comunicação Social