Maria Flor Pedroso: “Não podemos permitir que sejamos removidos seja de onde for”
Segundo o semanário “Expresso”, a conferência em que André Ventura respondeu a perguntas dos estudantes e discursou sobre o programa do partido do qual é líder foi comunicada a todos os meios de comunicação social pela assessoria de imprensa do partido Chega. Maria Flor Pedroso acrescentou ainda que “a assessoria do partido que convocou os jornalistas só disse que não permitia câmaras, por decisão da Católica e o jornalista em causa não tinha câmara”.
Quando chegou, o jornalista do “Expresso” foi autorizado a entrar por duas jovens, que se encontravam à porta do auditório. Este incidente ocorreu na terceira ‘conversa parlamentar’, uma iniciativa das associações de estudantes do curso de Direito e Estudos Políticos, da Universidade Católica Portuguesa, que reúne os líderes partidários, em tempo de pré-eleições.
O “Expresso” avança que o jornalista assistiu apenas aos primeiros dez minutos da intervenção de André Ventura, tendo sido abordado por um jovem que, segundo o semanário, explicou que o jornalista não podia estar presente. Depois de mostrar a identificação profissional, o repórter voltou a ser interpelado mais duas vezes, até ser “agarrado pelos pés e pelos braços”, por dois jovens que estavam a assistir à conferência. “Não podemos permitir que sejamos removidos seja de onde for e que nos limitem o acesso a acontecimentos com personalidades públicas seja onde for”, defendeu Maria Flor Pedroso.
Forçado a abandonar o auditório, o jornalista deixou o equipamento de trabalho, incluindo o computador profissional, na sala onde estavam reunidos dezenas de jovens e o líder do Chega, André Ventura. No discurso que proferiu, Maria Flor Pedroso referiu que o segurança pessoal de André Ventura, Luc Mombito, abordou o jornalista de forma agressiva, perguntando se “precisava de mais alguma coisa para se sentir melhor”.
A presidente do Clube de Jornalistas adiantou que tanto André Ventura, como a Universidade Católica já reagiram à notícia do “Expresso”. “O líder acha que não tem nada que ver com este assunto. Isto passa-se numa universidade que está a formar futuros profissionais, está a formar cidadãos, futuros políticos, onde se escreve, em comunicado que se vai remover um jornalista”.
Na sessão de abertura do Congresso, Luís Filipe Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, dedicou também algumas palavras ao episódio que resultou na agressão de um jornalista do “Expresso”, palavras que foram recebidas com aplausos da plateia.