Os testemunhos de quem vive a precariedade “estrutural” no jornalismo

Os testemunhos de quem vive a precariedade “estrutural” no jornalismo

Durante cerca de um mês, Margarida David Cardoso (Fumaça), Inês Duarte Coelho (TSF), Vânia Maia e Bernardo Afonso (Fumaça) ouviram vários jornalistas, de redações espalhadas pelo País ou freelancers, que trabalham em precariedade. As suas vozes serão escutadas ao longo dos quatro dias de 5.º Congresso dos Jornalistas. “Foi muito corajoso”, salienta Margarida David Cardoso.

Fazer esta recolha “não foi fácil”, mas desde que a discussão pública acerca do Global Media Group e d’A Bola se intensificou, “mais pessoas” quiseram avançar, relata a jornalista. Afinal, “dar a cara é difícil”, seja pelo medo de represálias, seja pelo medo de falar sobre a classe que pensa que “jornalista não é notícia”.

“A quantidade de testemunhos foi surpreendente”, afirma. “Teremos 20 testemunhos no Congresso, mas recolhemos mais de 30.” São pessoas que “mostram que a precariedade é estrutural”, “não é sobre esta redação ou jornalista, mas é um problema da classe”.

“Também não é um problema dos novos. A precariedade é contratual, mas também é 20 anos sem aumentos, ou da saúde mental que não aguenta as condições”, ressalva a jornalista.

Oiça os testemunhos.

Por: Leonor Riso