Erasmus: oportunidades internacionais para todos
O Erasmus+ está aberto a todos e não apenas aos estudantes, alerta a diretora nacional do programa, à margem do 5.º Congresso de Jornalista, que decorre em Lisboa.
A responsável pela Agência Nacional Erasmus+, Ana Cristina Perdigão, considera que um dos maiores obstáculos do programa prende-se com a sua pouca divulgação, principalmente fora do Ensino Superior.
“A nossa missão é dar a conhecer, não só o programa Erasmus, mas também as possibilidades que ele realmente abre. Hoje em dia, um estudante bolseiro, pode sair com uma bolsa que pode ir até mil euros por mês, e eu tenho a certeza que isto não é completamente conhecido pelos jovens”, afirmou Ana Cristina Perdião, durante uma conversa com estudantes de comunicação que participam no Congresso.
Contrariamente ao que se possa pensar, o projeto Erasmus+ está também disponível para outros graus de ensino, desde o ensino básico (em regime de mobilidade em grupo e acompanhada) até ao ensino profissional e de adultos, com a eventual realização de estágios internacionais.
Desde a criação do programa em 1987, o programa já contou com mais de 13 milhões de participantes. Segundo dados recolhidos pela Comissão Europeia, em 2022 mais de 36 mil estudantes, docentes e staff de instituições de ensino nacionais participaram no programa e mais de 55 mil escolheram Portugal para realizar a sua mobilidade.
“O programa Erasmus é um programa que tem como principal objetivo ‘fabricar europeus’. Pessoas com nível de abertura ao outro , com respeito pelo outro, tolerantes, com respeito pelos valores democráticos”, acrescentou a dirigente, salientando que a mobilidade pode permitir um crescimento em vários níveis:
– Pessoal: investimento na formação própria e possibilidade de observar assuntos de outro prisma.
-Profissional: um indivíduo com experiência internacional pode ter vantagem no mercado de trabalho e produzir um maior impacto na sua empresa.
– Internacional: transformação de cidadão em verdadeiros europeus.
Com foco na sustentabilidade ambiental e inclusão, existem suplementos às bolsas para que o programa de mobilidade possa realmente ser acessível a todos.
Exemplo disso são as pessoas com necessidades especiais. Nestes casos, os candidatos “vão sendo informadas da possibilidade de terem uma mobilidade financiada ao nível até do próprio apoio. Podem fazer-se acompanhar por uma pessoa, quando os níveis de dependência são muito elevados, ou terem complementos de bolsa para poderem ter acesso a um alojamento adaptado, quando isso implicar um custo acrescido”.
O projeto preocupa-se ainda com a transição tecnológica, possibilitando mobilidades mistas onde parte da formação pode ser realizada à distância.
“Algumas pessoas já estão a trabalhar ou que têm na família pessoas mais velhas a cargo, ou filhos e que não se podem ausentar um semestre. Há mobilidades mistas e mobilidade de curta duração, que permitem que estas circunstâncias da vida das pessoas não sejam um impedimento”, explicou.
Em conversa com a rádio do 5.º Congresso dos jornalistas, Cristina Perdigão deixou uma mensagem para os estudantes e futuros jornalistas: O jornalismo “é uma área que tem muita afinidade com o trabalho que nós fazemos, porque é uma área de respeito, de validação daquilo que são os nossos valores atualmente e que são os valores europeus. E tanto que se tem falado no jornalismo como um pilar da democracia. Por isso só vos posso desejar as maiores felicidades. Sabemos que o panorama não é extraordinário, mas persistam e sigam o vossos sonhos”.