Greve geral, saúde mental, luta contra o “clickbait”. As moções aprovadas pelo Congresso dos Jornalistas

Greve geral, saúde mental, luta contra o “clickbait”. As moções aprovadas pelo Congresso dos Jornalistas

Uma greve geral de jornalistas vai mesmo avançar. As moções que propunham uma greve geral de jornalistas foram reunidas numa única proposta que foi aprovada e aclamada por unanimidade  no 5º Congresso dos Jornalistas. Esta é a primeira greve geral dos jornalistas dos últimos 30 anos.

Durante o evento foram apresentadas 23 moções, sobre temas que preocupam a classe profissional. Diversidade, necessidade de fazer alterações no Código Deontológico, e uma paralisação geral de jornalistas, foram alguns dos temas abordados. Com a aprovação de greve, os jornalistas manifestam assim, não só a solidariedade com todos os trabalhadores da Global Media Group, mas também reivindicam “atualizações salariais consentâneos com a exigência e importância social da profissão”.

O caso do jornalista da Expresso que foi agredido enquanto estava em serviço também foi objeto de uma moção apresentada por Diana Andringa, Luís Filipe Simões, Pedro Coelho e Sofia Branco, aprovada pelo congresso. Nesta moção, os jornalistas reivindicam à PGR a criação de um inquérito que apure responsabilidades e conclusão célere na resposta à queixa efetuada.

A questão da diversidade foi também abordada numa moção aprovada pelo Congresso e surgiram as propostas de existir um grupo de trabalho que verifique a existência de diversidade na constituição das redações, ou a falta dela. Para além disso, propôs-se a criação de um documento de consulta para as redações, em que estejam visíveis as lacunas consideradas relevantes por associações e ONG.

A saúde mental dos profissionais esteve também na base de uma moção aprovada proposta por Isabel Nery. A jornalista sugere a gratuitidade de consultas de psicologia para jornalistas, já que “48% tem níveis elevados de esgotamento e 18% está já em exaustão profissional.”

Na moção três, os jornalistas salientam ainda que deve ser feita uma “Reformulação do artigo 2º do Código Deontológico dos Jornalistas, para que nele sejam incluídos os termos “clickbait” e “desinformação”. A moção propõe a alteração do artigo 2º do Código Deontológico que passaria a referir que além da ”censura, o sensacionalismo”, os profissionais devem combater estes dois fenómenos.

As votações, para aprovação ou reprovação das moções, tiveram lugar durante o período da tarde do último dia do 5º Congresso dos Jornalistas Portugueses, no cinema São Jorge.

Por: Mariana Morais | Instituto Politécnico de Bragança Vasco Fernandes | Instituto Politécnico de Bragança Madalena Moreira | Universidade Católica Portuguesa Jaime Silva | Universidade do Porto