Dirigentes sindicais trazem crise do Global Media para a porta do Congresso

Dirigentes sindicais trazem crise do Global Media para a porta do Congresso

A crise do grupo Global Media chegou ao 5º Congresso de Jornalistas. No foyer do Cinema São Jorge, onde decorre a reunião dos profissionais, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) realizaram uma ação de protesto sobre a situação dos salários em atraso e da ameaça de despedimento coletivo no grupo que detém o JN, o DN e a TSF, entre outros.

Minutos antes do protesto ter começado, José Paulo Fafe, presidente executivo do GMG anunciou, em comunicado, que o World Opportunity Fund (WOF) não vai pagar os salários em atraso, até que seja conhecida a decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e retirado o processo de arresto avançado por Marco Galinha, acionista e ex-presidente executivo do GMG.

Ao Jornal do Congresso, o presidente do STT, Francisco Rodrigues Gonçalves, disse ver esta decisão como “mais uma forma inaceitável de pressionar e tentar que os trabalhadores aceitem as rescisões amigáveis” que o GMG pretende levar a cabo. 

Ana Isabel Costa, vice-presidente do SJ, acrescentou que “sempre que há uma manifestação completamente legítima, quer dos sindicatos quer dos trabalhadores, a administração retalia com este tipo de atitudes”.

Afonso Camões, um dos participantes no congresso e ex-administrador da Global Media, defendeu, ao Jornal do Congresso, que os jornalistas do grupo deveriam constituir uma cooperativa e, reunindo os créditos de que são devedores por via dos salários em atraso, reivindicar uma posição de acionista e ter direito de voto.

Entre as personalidades que se solidarizam com o protesto, esteve ainda o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Carlos Moedas defendeu que o GMG vive uma “situação injusta e, totalmente, inadmissível”, reiterando que “o pilar da democracia é o jornalismo livre e independente”.

Estas declarações foram feitas antes de ser anunciada a suspensão dos contratos de trabalho pelos trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) e d’O Jogo.

 

Por: Mariana Rebocho | Universidade Autónoma de Lisboa e Marta Abreu | Universidade Nova-FCSH
Fotografia: Eva Santos | Escola Superior de Comunicação Social